O medo não é uma característica incomum no mundo canino. De acordo com Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em comportamento animal, 10% dos cães são medrosos -muito medrosos- e passam a maior parte do dia com pavor de alguma coisa, seja do ruído de carros ou trovões, seja de pessoas ou animais desconhecidos e até da possibilidade de sair para passear."É uma timidez própria do bicho, que acaba se tornando assustadiço, está sempre esperando o pior. Esse medo pode ser inato ou adquirido", afirma o veterinário Oswaldo Pasqualin.
Existe uma predisposição genética, e não racial, para a personalidade mais medrosa, segundo Rossi. Mas o zootecnista acredita que o problema seja agravado por falhas na sociabilização do bicho no período mais importante, até os três meses de idade -que coincide com a fase em que o animal não deve sair de casa porque ainda não foi vacinado.
"Na etologia (estudo dos hábitos dos animais), esse período é chamado de janela da sociabilização. Da quarta à décima primeira semana se dá a fase mais suscetível a traumas. É nesse período que ele aprende do que tem medo e do que não tem. O ideal é ir apresentando o mundo ao cão até que ele complete três meses, e não a partir daí. Mas é preciso todo cuidado para que ele não tenha uma experiência ruim", afirma. Ele recomenda que o cão, ainda filhote, conviva com gente e com outros animais, desde que saudáveis. "Uma opção é levá-lo no colo aos shoppings que permitem, por exemplo", afirma Rossi.
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