Ontem à noite, fui até a garagem pegar o saco de ração que havia comprado e quando abri o portão vi um bichinho orelhudo, com um rabinho pelado e comprido, em pé. Estava escuro e não sabia dizer o que era. Fechei o portão rápido e gritei:" um rato". Depois pensei, "se fosse rato ele teria corrido, mas esse ficou no degrau me cheirando". Contei para minha mãe. Ela também teve medo e não quis ir até a garagem descobrir que bicho estava ali. Não peguei a ração e
tive que arrumar algo para os filhotes da Sabrina comerem.
Hoje de manhã, fui até a garagem para descobrir se tinha algum bicho lá ou se tudo não passou de imaginação.
Constatei que realmente havia um animal ali, que com a luz do dia parecia bem menos assustador. Se tratava de um filhotinho que deve ter sido abandonado na porta da minha casa. É pequenino, tem sarna e por isso o rabinho está sem pelos. Ah! O filhote é de gato. Não sei o que fazer com ele e minhas dezenas de cachorros. Arrumei uma caminha, comprei ração e ele continua na garagem. E o pior é que estou gostando muito dela, uma gatinha, segundo minha mãe, toda dengosa e carinhosa, que quando ganha colo fica ronronando sem parar. Fico olhando aquela criaturinha indefesa, dependente e tão inocente, está doida para ir no meio da cachorrada, e não consigo entender até onde vai a maldade humana. Quem teria coragem de abandonar um bichinho assim a própria sorte?

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